sábado, 11 de setembro de 2010

Saldos?

Se há coisa com que não atino, é com o dress code das empresas. Antigamente era fácil: ou havia, logo era obrigatório andar de fato, ou não havia e cada um vestia o que queria e o que tinha.

Mas isso era demasiado fácil. O patronato hostil arranjou uma nova forma de repressão a que chamou smart casual. Criou portanto uma zona cinzenta em que, não dita as regras para não ser apelidado de antiquado mas, também não dá liberdade para cada um fazer a sua opção. O resultado prático disto?

Se fores trabalhar de fato é porque, ou tens a mania e os teus colegas não te gramam, ou vais a uma entrevista na hora de almoço e o teu chefe não te grama (e os colegas também não porque estão a tentar mudar de emprego há um ano e nem conseguem chegar à fase da entrevista).

Se fores de jeans, és um/a desleixado/a que não leva o trabalho a sério. Aí os teus colegas dizem que te gramam mas depois vão envenenar o chefe sobre a tua "falta de entrega" ao projecto. Em algumas empresas, as senhoras ainda se safam com as gangas se compuserem a coisa com uns sapatos ou umas botas de salto e se vestirem um casaquinho decente. Os homens nem pensar, é totalmente proibido.

Mas, mesmo trabalhando numa empresa destas, uma pessoa tem que ter uns fatinhos por causa das reuniões com pessoas que trabalham em empresas que não aderiram ao smart casual. Ou seja, em vez de guarda-roupa a duplicar, hoje em dia são necessário três tipos diferentes de indumentária.

Isto para já não falar da roupa para ir a casamentos, da roupa para sair à noite, da roupa para ir ao ginásio... a sério, onde é que vocês arranjam dinheiro para isto tudo?!

domingo, 5 de setembro de 2010

Sangria desatada

É impressionante a quantidade de disparates que podem surgir num jantar de amigas. De um jantar inocente, a meio da semana, daqueles que se combinam às 7 da tarde, só porque sim. Daqueles em que alguém se lembra de ir ver se os bifes do Império ainda são o que eram, até porque os tipos têm uma sangria muita boa.

Num jantar destes diz-se, dizia eu, muito disparate. Diz-se bem, diz-se mal, diz-se o que calha porque nada tem muita importância e a malta está ali mesmo para dizer o que lhe apetece; nem sempre se diz o que vai na alma porque às vezes, o que vai na alma não apetece nem pensar quanto mais dizer... mas continuando o (a esta hora já lento) raciocínio, no meio dos disparates que jorram daquela conduta mental esburacada, surgem ideias boas. Disparatadas, é certo, até por uma questão de raccord mas ainda assim, boas.

E em dois dias, quatro pessoas juntam-se a mais meia dúzia, igualmente alucinadas (estas últimas nem têm a desculpa da sangria do Império) para fazer uma coisa gira. E isso é muito bom! :)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Lucky me

Ver golfinhos no mar é sempre uma emoção. A reacção é sempre a mesma, sobretudo quando se vai em modo de passeio - o leme descontrola-se, as velas ficam a bater e o almoço suspende-se - nem sempre há golfinhos e quando há, ninguém quer perder a oportunidade de os ver.

A primeira vez que assisti a este desfile maravilhoso, cometi um erro clássico: desperdicei o momento a tentar tirar fotografias para “mais tarde recordar”. As fotos ficaram quase todas mal (ficam sempre) e em vez da satisfação enorme que é estar ali, ficou a frustraçãozinha de “não ter nada para mostrar”.

Felizmente voltei a ver golfinhos. Dezenas de vezes. Talvez centenas. Tive sorte. Podia não ter tido.

domingo, 29 de agosto de 2010

Conciliar

"É urgente o amor.
É urgente um barco no mar."

A menina tem colete?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Optimizar

Ontem, 08:50
Ela, preocupada: por acaso falaste com a Paula?
Eu, a ler o DE: sim, está tratado.
Ela, agradecida: obrigada mas, não era preciso seres tu a fazer isso.
Eu, baralhada: então porque é que perguntas se fiz?

Hoje, 09:30
Ela, preocupada: pá, a Paula perdeu os papéis que lhe mandaste
Eu, a ligar o PC: manda-lhe outra vez. Estão na tua mesa.
Ela, irritada: mas não devia. Ela já os tinha recebido, tu mandaste ontem.
Eu, irritada: se não estivesses a perder tempo com esta conversa, ela já os tinha recebido outra vez…

Parabéns Bay

Esqueci-me do teu aniversário. Esqueci-me de ir ter convosco. E não devia porque ainda há dois dias combinei com o André. Mas hoje, que era o dia, esqueci-me. Desculpa.

Toma, é para ti:


(Foto roubada em www.vaurien.org)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Verão

O Pedro gosta da Ana. A Ana acha que não gosta do Pedro mas, se calhar até gosta. Como acha que não, aceitou o convite do António e foi sair com ele. O António não gosta da Ana mas, o António nunca gosta de ninguém. A Ana não gosta do António mas, como se quer certificar de que não gosta do Pedro, lá foi. O Pedro ficou em casa a tratar do Farmville, enquanto a Ana e o António foram ao cinema.

A Luísa é uma amiga da Ana que, mandou um pedido de amizade ao Pedro por causa do Farmville. O Pedro aceitou porque lhe faltava uns tijolos. Foi ao chat e pediu-lhe o que precisava, não sem antes lhe perguntar a ela o que lhe fazia falta. Ela reconheceu o gesto e a partir daí, foi uma troca incessante de materiais de construção.

O filme não valia nada mas, não houve problema. A Ana só queria companhia e ao António nem isso interessava. A Ana ficou cansada e despediu-se do António. Ficou de lhe ligar e nunca o fez, o que o António agradeceu porque a Ana era uma betinha.

O Pedro encheu-se de coragem e enviou uma mensagem à Luísa pelo Facebook. Ela leu. E respondeu. E às tantas, enviou-lhe um mail. Ele leu o mail e pegou no telefone. Ligou-lhe e convidou-a para ir ao cinema. Ela aceitou.

A Ana está a ligar o computador para entrar no Farmville.
O António está no Bairro, a dar conversa a uma tontinha.

O filme não valia nada e por isso, a Luísa e o Pedro saíram ao fim de 10 minutos. Passaram o resto do serão na esplanada, a gozar com eles próprios por terem escolhido aquilo. O Pedro levou a Luísa a casa e deu-lhe um beijo. Ela gostou.

A Luísa está a ligar à Ana para lhe contar que namora com um amigo dela.
O Pedro está a ligar ao António para lhe dizer que namora com a irmã dele.

Vizinhos

Os meus vizinho de cima são simpáticos. Cumprimentam as pessoas, seguram a porta a quem passa carregado e afastam o carro se for preciso para facilitar a manobra dos outros. Para além de serem assim fixes, são insuportáveis. Gritam, insultam-se, atiram as portas e batem com os cascos no chão até fazer tremer o prédio. Tudo isto muito alto e a qualquer hora do dia ou da noite.

O que é que se faz a pessoas assim?

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A menina da aldeia

A menina da aldeia é mais crescida do que eu. Trata dos seus assuntos, não incomoda com parvoíces, não faz birra e é muito corajosa. Pensa pela sua cabeça. Pensa muito.

Gostamos de livros diferentes, embora tenhamos lido muitos em comum. Os nossos discos não são os mesmos mas, as músicas que interessam mesmo, já ambas ouvimos. Quanto a filmes, fiquei de a levar ao cinema e ainda não cumpri... queria que fosse o filme perfeito e há-de ser.

Às vezes, a menina da aldeia fica triste. E eu tenho uma vontade quase incontrolável de chorar quando isso acontece. Depois apetece-me pegar no telefone e gritar aos ouvidos de quem a entristeceu. Mas, lá está, a menina da aldeia é mais crescida do que eu. Trata dos seus assuntos, não (se) incomoda com parvoíces, não faz birra e é muito corajosa. Pensa pela sua cabeça. Pensa muito.

Largada II

Há uns dois anos, iniciei um blog. Fi-lo por palhaçada, muito influenciada por uma amiga. Entretanto a amiga sumiu-se e eu perdi a pachorra para dramas cibernáuticos.

Hoje, ao reler um blog brilhante que descobri por essa altura, voltei a esse Verão e lembrei-me que, apesar de (ou talvez por) o meu blog ser uma palhaçada, divertia-me imenso a largar postas. Infelizmente não tenho saudades desse Verão, do meu blog de então nem da amiga. Digo infelizmente porque ter saudades, ao contrário do que dizem, é bom. Mas tenho saudades de me rir com as parvoíces que escrevo e que me escrevem de volta.

E o Facebook não é de todo a mesma coisa.